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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Maxi - 1ª Série - 1º Bimestre - Revisão para a 1ª Prova

PRÉ-HISTÓRIA

Um dos mais fascinante mistérios da Pré-história é o surgimento do ser humano. Até 1859, apenas livros religiosos, como a Bíblia, davam resposta a esse enigma, naturalmente em sua linguagem simbólica. Nesse ano, o naturalista inglês Charles Darwin publicou seu livro "A origem das espécies", apresentando evidências de que as espécies animais são capazes de modificações gradativas, ou de evolução, através do tempo, de modo que novas espécies possam surgir. 

O Homo sapiens 
O Homo sapiens, surgido entre 400 mil e 100 mil anos atrás é um dos últimos elos da corrente da espécie a qual todos nós pertencemos. Suas origens ainda não estão totalmente explicadas. Uma das teorias afirma que os seres humanos modernos (Homo sapiens sapiens) evoluíram ao mesmo tempo a partir de populações primitivas da África, Ásia e Europa, misturando-se uns aos outros geneticamente. 

Independentemente de qual teoria esteja correta - se é que alguma delas está -, o fato é que os mais antigos fósseis já encontrados de seres humanos modernos datam de 130 mil anos e foram localizados na África. E de todas as espécies, o Homo sapiens sapiens foi a única que se espalhou e conquistou os cinco continentes do nosso planeta. 

Períodos da Pré-história 
John Lubbock chamou de Paleolítico e de Neolítico o que, respectivamente, Thomsen denominara idade da Pedra Lascada e idade da Pedra Polida. As duas classificações se baseiam nas técnicas ou nos utensílios inventados pelo homem nas épocas focalizadas. Assim, quando se fala em Paleolítico (ou idade da Pedra Lascada), têm-se em vista instrumentos rudimentares de pedra, de madeira ou de osso. E, ao falarmos em Neolítico (ou idade da Pedra Polida), referimo-nos a instrumentos feitos com os mesmos materiais, porém mais sofisticados e mais elaborados. 

Em 1936, os estudos do cientista Vere Gordon Childe abriram novos caminhos para uma melhor com preensão da Pré-História. Ele propôs que esses períodos fossem considerados etapas da evolução do homem, que não se excluíam entre si, superando-se através de novas formas de produção. 

PALEOLÍTICO: compreenderia os anos entre 4 milhões a.C. e 12000 a.C. Suas características são o nomadismo e a subsistência baseada na caça, mas também voltada para a pesca e a coleta de vegetais. 

Durante a caçada, os animais eram forçados em direção a desfiladeiros sem saída ou rumo a abismos, quando então caíam em armadilhas feitas em covas, onde havia paus pontiagudos. Como camuflagem, o homem dispunha principalmente de disfarces com peles e chifres de animais. 

Os instrumentos ou ferramentas usados cotidianamente eram de pedra, de madeira ou de osso, moldados a partir de golpes de um material mais resistente contra outro menos resistente. Essa técnica podia chegar a alguma sofisticação, com objetos tendo apenas uma de suas faces lascada ou afiada para tornarem-se mais adequados. São dessa época os "machados de mão", pedras trabalhadas para se tornarem cortantes, sem cabo. 

ARTE RUPESTRE Pouco se sabe sobre a quantidade populacional no Paleolítico, principalmente em virtude do nomadismo. Calcula-se, por exemplo, que em toda a área da atual Bélgica viviam apenas 400 pessoas. De acordo com sepulturas e esqueletos fossilizados nelas encontrados, imagina-se que a média de idade dos seres humanos no fim do período era de 26 anos. 

No plano artístico, é comum associar-se a arte à religião durante o Paleolítico, embora haja teorias atribuindo ao aumento demográfico o surgimento de tempo ocioso, empregado em pintura e em escultura. De qualquer modo, a arte pré-histórica ou rupestre refletia as preocupações de subsistência, através de representações da caça e da fertilidade (da terra e da mulher). 

MESOLÍTICO: Supõe-se-se que a humanidade tenha entrado num segundo estágio de sua evolução cultural com a descoberta da agricultura, que passou a ser a principal fonte de subsistência. A agricultura levou ao sedentarismo e, simultaneamente, às primeiras tentativas de domesticação de animais (supõe-se que com cabras, porcos e carneiros, em regiões da Ásia). 

NEOLÍTICO: Os utensílios multiplicaram-se. Já não se tratava de simples "machados de mão" ou clavas, mas sim de vasos, estatuetas, fusos, contas, pilões. Surgiu também uma das peculiaridades do Neolítico: a cerâmica, possivelmente criada a partir do revestimento de betume que se colocava no interior de cestas de fibra para torná-las impermeáveis e próprias para o transporte de líquido. A resistência do betume, permanecendo após o desgaste das fibras, explicaria a tese. 

O sedentarismo teria permitido também o aumento populacional e o surgimento de organizações sociais mais complexas, inclusive ocorrendo uma divisão social do trabalho e uma especialização de funções. Estudiosos admitem a existência de um poder organizado, com autoridades temporais e/ou religiosas. 

A etapa posterior é conhecida como Idade dos Metais, com o domínio de técnicas de manipulação do cobre e do bronze por parte do homem. É quando ocorre o surgimento de cidades, processo que Gordon Childe chama de Revolução Urbana. Por fim, veio o advento da escrita, que encerrou a Pré-história. 

Adaptado de: 
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/pre-historia-2-o-surgimento-do-ser-humano-e-os-periodos-pre-historicos.htm



EGITO ANTIGO
Tema freqüente dos meios de comunicação, o Egito é um país geralmente associado a descobertas arqueológicas da era anterior a Cristo. No imaginário do mundo atual, é o país das pirâmides, das múmias, da sedutora rainha Cleópatra e do caudaloso rio Nilo.

De fato, a civilização que se desenvolveu no Egito, numa antiguidade muito remota, é surpreendente no que se refere principalmente a seus aspectos culturais, incluindo-se aí a escrita (os chamados hieróglifos), a pintura, a escultura, a arquitetura, a mitologia, etc.

Porém, para se compreender o desenvolvimento cultural do antigo Egito, é preciso conhecer também as condições sociais e econômicas em que ele ocorreu. Do mesmo modo, é necessário considerar também uma questão geográfica, pois, como disse Heródoto, o historiador grego, "o Egito é uma dádiva do Nilo".


Às margens do Rio Nilo
Atualmente, o Egito tem 70 milhões de habitantes e é o mais populoso dos países árabes. Porém, exatamente como na Antiguidade, a maioria de sua população está concentrada em apenas 4% do território, às margens do Rio Nilo.



Por se localizar numa região cercada por desertos - o nordeste da África -, o Egito sempre teve a sua vida ligada às águas deste rio e às suas cheias, que fertilizam o solo, tornando possível o desenvolvimento de uma agricultura capaz de sustentar grandes contingentes populacionais.



Nos últimos séculos do 4º milênio a.C., com a acentuada queda dos índices pluviométricos na região, as populações nômades e semi-nômades que viviam nos oásis dos desertos do nordeste da África foram atraídas para as margens do rio Nilo. A ocupação da região ocorreu com levas sucessivas de tribos vindas das regiões da Líbia - a oeste -, da Palestina - a leste - e da Núbia (atual Sudão) - ao sul -, que acabaram formando a população egípcia.

civilização egípcia desenvolveu-se às margens do rio Nilo numa largura de 10 a 20 quilômetros e numa extensão de 1.000 quilômetros. Era extremamente dependente do rio, tanto para a manutenção das atividades agrícolas e a pecuária, como para o transporte de mercadorias e comunicação entre as diversas aldeias, sempre localizadas às margens do Nilo.

Diques e reservatórios no Rio Nilo
O controle das cheias do rio foi condição essencial para o desenvolvimento da civilização na região, pois o seu leito não era suficiente para conter as águas que inundavam a região. Foram construídos diques e reservatórios às margens do Nilo que retinham as águas que seriam utilizadas no momento da escassez das chuvas para a agricultura e a pecuária - conduzidas através de canais de irrigação -, ou para consumo humano. Com o retorno das águas ao leito do rio, ficava armazenado nas margens um precioso fertilizante, o húmus, que permitiu o surgimento de uma agricultura de alta produtividade.

Segundo os historiadores G. Moktar e J. Vercoutter, a "experiência logo ensinou os egípcios a desconfiar da inconstância do rio. Para compensar a escassez periódica, era necessário estocar cereais para alimentar a população e - mais importante ainda com vistas ao futuro - garantir quantidade suficiente de sementes para a semeadura seguinte, quaisquer que fossem as circunstâncias.

"Esses estoques de reserva eram fornecidos pelo governo central, graças ao duplo celeiro real, que estocava cereais em armazéns distribuídos por todo o país. Limitando o consumo em períodos de abundância e estocando o máximo possível para se precaver contra cheias insuficientes ou excessivas, o governo central passou a controlar, por assim dizer, a ordem natural e veio a desempenhar um papel muito importante."

Excedente econômico
A produtividade alta permitiu a acumulação de um excedente econômico, que viabilizou a construção das pirâmides, dos palácios, o desenvolvimento do artesanato, da ourivesaria e as guerras de expansão.

A produção agrícola era diversificada: trigo, cevada, ervilha, cebola, linho, tâmaras, diversas árvores frutíferas, além da pecuária (bois, ovelhas, porcos, cabras). Os egípcios desenvolveram também a caça e a pesca: a primeira realizada nos pântanos e no deserto e a segunda praticada no Nilo, nos reservatórios e canais de irrigação.

Artesanato e cultura
O artesanato era muito importante. Utilizaram o linho e o couro de animais, confeccionaram cerâmicas e durante largo tempo não houve separação entre agricultores e artesãos: como o ciclo agrícola era de seis meses (plantio e colheita), o restante do tempo era aproveitado nas atividades artesanais e na conservação dos canais de irrigação e dos reservatórios.

O papiro era abundante às margens do Nilo. As fibras da planta foram usadas para fazer embarcações, redes e cordas, mas acabou tendo enorme importância quando utilizado como matéria-prima para fazer papel. De acordo com o historiador J. Yoyotte, o "cultivo intensivo do papiro provavelmente contribuiu para o desaparecimento dos pântanos, refúgio dos pássaros, crocodilos e hipopótamos, que, na opinião dos própios antigos, davam brilho à paisagem egípcia".

Obras faraônicas
A transcrição nos papiros de fatos da história, do dia-a-dia do governo e das questões religiosas pelos escribas - funcionários governamentais dedicados à tarefa de registro em hieróglifos, sinais pictográficos simbolizando objetos - acabou transformando-se em importante fonte histórica para a reconstrução da civilização egípcia.

As grandes obras públicas, outra das principais características do Egito faraônico, como as pirâmides, palácios e canais de irrigação, só foram possíveis graças ao pagamento de tributos das comunidades - através do imposto em trabalho dos camponeses livres e em mercadorias - e da utilização dos escravos, prisioneiros de guerra -, em minas e pedreiras.



Grande parte da atividade econômica era controlada pelo Estado, que recebia parcela considerável do excedente econômico produzido pelas aldeias como tributo, e utilizava parte deles para alimentar os trabalhadores nas obras públicas e outra parcela era colocada no mercado.

Pirâmide social do Egito Antigo
Nos quase 2.500 anos do Egito dos faraós, a estrutura social pouco se alterou. Na base estavam os escravos, quase todos de origem estrangeira e em número reduzido, mas principalmente os camponeses livres, a maioria da população, que viviam nas aldeias e tinham de pagar diversos tributos ao Estado e aos templos.



Havia uma camada intermediária representada pelos artesãos urbanos, funcionários e escribas. A classe dominante era formada pelo faraó - adorado como um deus e exercendo também o poder militar, civil e judiciário - e sua família, pelos sacerdotes, militares e altos funcionários do Estado.

De acordo com o filósofo e historiador das religiões Mircea Eliade, para os egípcios a ordem social representa um aspecto da ordem cósmica. Assim, a realeza existiria desde o começo do mundo, pois o "Criador foi o primeiro Rei; ele transmitiu este função ao filho e sucessor, o primeiro Faraó. Essa delegação consagrou a realeza como instituição divina".

O papel da religião
A vida dos egípcios estava marcada pela religião e seus deuses. Osíris ensinou a agricultura aos seres humanos mas acabou traído e morto pelo irmão e rival Seth. Isis, sua mulher, convenceu os outros deuses a trazer de volta Osíris para a Terra: era ele que julgava após a morte os egípcios. Ouvia a defesa de cada um e, depois de pesar o coração do indivíduo - para saber se estava mentindo ou não - decidia pela inocência ou culpabilidade.

A crença em uma vida após a morte acompanhava o egípcio durante toda a sua existência. Desta forma, a construção de grandes túmulos, onde estavam acumulado tesouros e objetos de uso pessoal do morto, servia para que depois da vida ele mantivesse a mesma condição material.

Segundo o egiptólogo A. Abu Bakr, a "crença no além foi sem dúvida favorecida e influenciada pelas condições geográficas do Egito, onde a aridez do solo e o clima quente asseguravam uma notável conservação dos corpos após a morte, o que deve ter estimulado fortemente a convicção de que a vida continuava no além-túmulo".

O politeísmo da religião egípcia foi brevemente interrompido pela instituição do monoteísmo pelo faraó Amenófis IV (1380-1362 a.C.) com o culto ao deus Aton. Além de razões religiosas, o faraó também pretendia diminuir os poderes do clero, enriquecido pelo pagamento de tributos, e que exercia enorme influência política. Amenófis fundou uma nova capital, perseguiu os sacerdotes inimigos da reforma mas não conseguiu obter apoio popular. Após a sua morte foi restabelecido o politeísmo e a capital retornou para Tebas.

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