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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

9º ano - 1º Bimestre - 1ªPS - PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918)

*adaptado do texto de Rainer Sousa (Brasil Escola)

ANTECEDENTES
A Primeira Guerra Mundial aconteceu por motivos que vinham deste o século XIX. Entre os anos de 1870 e 1914, o mundo vivia a euforia da chamada Belle Epóque (Bela Época). Do ponto de vista da burguesia dos grandes países industrializados, o planeta experimentava um tempo de progresso econômico e tecnológico. Entretanto, todo esse otimismo encobria um sério conjunto de tensões.

Com o passar do tempo, a relação entre os maiores países industrializados se transformou em uma relação marcada pela tensão. A concorrência pelos territórios imperialistas acabava se acirrando a cada dia. Orientados pela lógica do lucro capitalista, as potências industriais disputavam cada palmo das matérias-primas e dos mercados consumidores mundiais, principalmente na África e Ásia.

Preocupados em manter e conquistar territórios, os países europeus investiam em uma pesada tecnologia de guerra e aumentavam seus exércitos. Nesse último aspecto, vale lembrar que a ideologia nacionalista alimentava um sentimento utópico de superioridade que abalava o bom entendimento entre as nações.

Cartazes incentivando jovens a se alistarem para o conflito

Os países imperialistas estavam empenhados numa rápida corrida armamentista, já como uma maneira de se protegerem, ou atacarem, no futuro próximo. Esta corrida bélica gerava um clima de apreensão e medo entre os países, onde um tentava se armar mais do que o outro, o que levou a o desenvolvimento da chamada “política de alianças”. Através da assinatura de acordos político-militares, os países europeus se dividiram nos futuros blocos políticos que conduziriam a Primeira Guerra Mundial. Por fim, o Velho Mundo estava dividido entre a Tríplice Aliança – formada por Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália – e a Tríplice Entente – composta por Rússia, França e Inglaterra.

ESTOPIM
Mediante esse contexto, tínhamos formado o terrível “barril de pólvora” que explodiria com o início da guerra em 1914. O estopim deste conflito foi o assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do império austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina), região dominada pelos austríacos desde 1907. As investigações levaram ao criminoso, um jovem integrante de um grupo Sérvio chamado Mão-negra, contrário a influência da Áustria-Hungria na região dos Balcãs.

O império austro-húngaro não aceitou as medidas tomadas pela Sérvia com relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou guerra aos sérvios. A Sérvia recorreu a ajuda dos russos. Os alemães partem em ajuda aos austríacos, seus parceiros na Tríplice Aliança. Assim, de ajuda em ajuda, até fins de agosto, as principais potências europeias deflagravam os primeiros movimentos da Grande Guerra.


Assassinato de Francisco Ferdinando

O CONFLITO
Estava claro que ambos os lados eram belicamente poderosos e que o menor avanço territorial só aconteceria ao custo de milhares de vidas. Dessa forma, os soldados de ambos os lados passaram a cavar trincheiras de onde tentavam, ao mesmo tempo, se proteger e atacar. Entre duas trincheiras inimigas ficava a chamada “terra de ninguém”, onde arame farpado e corpos em decomposição eram bastante recorrentes.

Além do poder das armas, a própria trincheira era outra inimiga para os soldados que se amotinavam naquele espaço insalubre. Os mortos que se acumulavam nas trincheiras eram um grande chamariz para os ratos que se alimentavam da carne pútrida dos corpos. Entre as doenças usualmente contraídas nas trincheiras se destacavam a “febre de trincheira”, reconhecida por fortes dores no corpo e febre alta; e o “pé de trincheira”, uma espécie de micose que poderia resultar em gangrena e amputação.


Soldados ingleses entrincheirados




Mais que uma simples estratégia militar, as trincheiras representavam intensamente os horrores vividos ao longo da Primeira Guerra Mundial. Submetidos a condições de vidas extremas, milhares de soldados morreram em prol de um conflito em que a competição imperialista era sua razão maior. Pela primeira vez, a capacidade dos homens matarem atingiu patamares que abalavam aquela imagem de razão.

Em 1917 ocorreram dois fatos históricos de extrema importância: a saída da Rússia do conflito, pois passava por uma guerra civil e, a entrada dos Estados Unidos na Grande Guerra. Os EUA entraram ao lado da Tríplice Entente, pois havia acordos comerciais a defender, principalmente com Inglaterra e França. Este fato marcou a vitória da Entente, forçando os países da Aliança a assinarem a rendição.

CONSEQUÊNCIAS
A guerra gerou aproximadamente 10 milhões de mortos, o triplo de feridos, arrasou campos agrícolas, destruiu indústrias, além de gerar grandes prejuízos econômicos. Esta destruição toda é fruto da utilização da tecnologia como armas de guerra. Pela primeira vez na história, foram utilizados em larga escala, tanques de guerra, metralhadoras, aviões e granadas, por exemplo.

Os alemães, considerados causadores do conflito, tiveram ainda que assinar o Tratado de Versalhes que impunha a estes países fortes restrições e punições. O Tratado de Versalhes teve forte repercussão na Alemanha, influenciando, anos mais tarde, no início da Segunda Guerra Mundial.

Logo após a guerra surgiu a Liga das Nações (ou Sociedade das Nações), órgão internacional incumbido de manter o diálogo entre os países, evitando que novos grandes conflitos ocorressem. Porém, a Liga teve pouco tempo de vida, pois não conseguiu cumprir seu papel de conciliação.

No contexto social, as mulheres, que haviam trabalhado nas fábricas produzindo armamentos, fardas e mantimentos para abastecer os fronts de batalha, passaram a exigir maior na sociedade. Durante as décadas seguintes, vários países passaram a autorizar o voto universal, dando, finalmente, a possibilidade de participação política e social para as mulheres.


Cartaz  à favor do voto feminino