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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Nem todo árabe é muçulmano, assim como nem todo muçulmano é árabe!

Vocês já devem ter cansado de me ouvir falar isso! Então, para facilitar a vida, vou postar alguns mapas e vídeos que explicam melhor o título deste post. Mas, antes, vamos aos mapas:
Este primeiro mapa representa a região da Península Arábica (circulada em vermelho), local onde estão as cidades de Medina e Meca (a cidade sagrada do Islã). Foi nesta região que o islamismo começou. Depois da morte de Maomé, a expansão da religião islâmica atingiu uma série de regiões no Oriente Médio, Ásia, norte da África e na Península Ibérica (atuais Portugal e Espanha, na Europa). A atual situação do Islã pelo mundo é a seguinte (ver mapa abaixo):
O mapa acima representa o percentual atual de muçulmanos em todos os países do mundo. Como diz a legenda, quanto mais escura a cor verde aparece no mapa, maior é o número dos seguidores das palavras de Maomé naquele país.

Assim, fica mais fácil entendermos os motivos da frase que está no título do post. Portanto, árabe é aquele que nasceu ou tem descendência da região da Arábia. Muçulmano é o fiel que segue a religião fundada por Maomé, baseada na crença em um único Deus (chamado de Alá).

A confusão se dá, pois a religião islâmica nasceu na região arábica. Porém, com a expansão para o resto do mundo, atingiu muitos fiéis que se tornaram muçulmanos, mas que não tem origem árabe.

Para dar um exemplo claro disto, vamos citar o caso de Brunei, um pequeno território asiático que nada tem de origem arábica. Veja (Brunei é a pequena região vermelha do mapa):
Agora, assista aos vídeos que mostram a religiosidade muçulmana neste país.
O Sutão de Brunei e a religiosidade deste povo:

Choque cultural: costumes brasileiros e as leis muçulmanas

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Revolução Industrial: depoimentos sobre as condições de trabalho dos operários


Descrição de uma fábrica de tecidos feita por William Cobbett (Setembro de 1824):
“Os primeiros dias de setembro foram muito quentes. Os jornais noticiavam que homens e cavalos caiam mortos nos campos de produção agrícola. Ainda assim a temperatura nunca passava de 29°C durante a parte mais quente do dia. Qual era então a situação das pobre crianças que estavam condenadas a trabalhar quatorze horas por dia, em uma temperatura média de 28°C? Pode algum homem, com um coração em seu peito, e uma língua em sua boca, não se habilitar a amaldiçoar um sistema que produz tamanha escravidão e crueldade?”

Depoimento de John Allett ao parlamento britânico sobre as condições de trabalho nas fábricas:
“Eu tenho conhecimento de mais acidentes no início do dia do que no final. Eu fui, inclusive, testemunha de um deles. Uma criança estava trabalhando a lã, isso é, preparando a lã para a maquina; Mas a alça o prendeu, como ele foi pego de surpresa, acabou sendo levado para dentro do mecanismo; e nós encontramos de seus membros em um lugar, outro acolá, e ele foi cortado em pedaços; todo o seu corpo foi mandado para dentro e foi totalmente mutilado”.

Entrevista com o Dr. Ward, de Manchester, a respeito da saúde dos trabalhadores do setor têxtil (Março de 1919):
“Eu tive freqüentes oportunidades de ver pessoas saindo das fábricas e ocasionalmente as atendi como pacientes. No último verão eu visitei três fábricas de algodão com o Dr. Clough, da cidade de Preston, e com o sr. Barker, de Manchester e nós não pudemos ficar mais do que dez minutos na fábrica sem arfar (ficar sem ar) para respirar. Como é possível para aquelas pessoas que ficam lá por doze ou quinze horas agüentar essa situação? Se levarmos em conta a alta temperatura e também a contaminação do ar; é alguma coisa que me surpreende: como os trabalhadores aguentam o confinamento por tanto tempo”.

Depoimento de Frank Forrest que consta no livro “Capítulos da vida de um garoto nas fábricas de Dundee”:
“Aproximadamente uma semana depois de me tornar um trabalhador no moinho, fui acometido por uma forte e pesada doença da qual poucos escapavam ao se tornarem trabalhadores nas fábricas. A causa dessa doença, que é conhecida pelo nome de “febre dos moinhos”, é a atmosfera contaminada produzida pela respiração de tantas pessoas num pequeno e reduzido espaço; também pela temperatura alta e os gases exalados pela graxa e óleo necessários para iluminar o ambiente”.

Entrevista de John Birley ao jornal Ashton Chronicle (Maio de 1849):
“Nosso período regular de trabalho ia das cinco da manhã até as nove ou dez da noite. No sábado, até as onze, às vezes meia-noite, e então éramos mandados para a limpeza das máquinas no domingo. Não havia tempo disponível para o café da manhã e não se podia sentar para o jantar ou qualquer tempo disponível para o chá da tarde. Nós íamos para o moinho às cinco da manhã e trabalhávamos até as oito ou nove horas quando vinha o nosso café, que consistia de flocos de aveia com água, acompanhado de cebolas e bolo de aveia tudo amontoado em duas vasilhas. Acompanhando o bolo de aveia vinha o leite. Bebíamos e comíamos com as mãos e depois voltávamos para o trabalho sem que pudéssemos nem ao menos nos sentar para a refeição”.

William Dodd escreveu sobre sua situação como criança trabalhadora acidentada no trabalho em seu panfleto “Narrativa de uma criança aleijada” (1841):
“Na primavera de 1840, eu comecei a sentir dores no meu pulso direito, essa dor vinha da fraqueza geral de minhas juntas, o que vinha acontecendo desde minha entrada na fábrica. A sensação de dor só aumentava. O pulso chegava a inchar muito chegando a medir até 12 polegadas ao mesmo tempo em que meu corpo não era mais do que ossos. Eu entrei no hospital St. Thomas no dia 18 de julho para operar. A mão foi extraída um pouco abaixo do cotovelo. A dissecação fez com que os ossos do antebraço passassem a ter uma curiosa aparência – algo como uma colméia vazia – com o mel tendo desaparecido totalmente”.

Entrevista de Jonathan Downe a um representante do parlamento britânico (Junho de 1832):
“Quando eu tinha sete anos de idade fui trabalhar na fábrica do Sr. Marshall em Shrewsbury. Se uma criança se mostrasse sonolenta o responsável pelo turno a chamava e dizia, “venha aqui”. Num canto da sala havia uma cisterna de ferro cheia de água. Ele pegava a criança pelas pernas e a mergulhava na cisterna para depois manda-la de volta ao trabalho”.

Entrevista de Elizabeth Bentley a um representante do parlamento britânico (Junho de 1832):
“Eu trabalhava das cinco da manhã até as nove da noite. Eu vivia a duas milhas do moinho. Nós não tínhamos relógio. Se eu chegasse atrasado ao moinho eu seria punido com descontos em meu pagamento. Eu quero dizer com isso que se chegasse quinze minutos atrasado, meia hora de meu pagamento seria retirado. Eu só ganhava um penny por hora, e eles iriam tirar metade disso”.

Experiências vividas por John Brown numa fábrica de tecidos e publicadas num artigo do jornal The Lion:
“A tarefa que inicialmente foi dada a Robert Blincoe era a de pegar o algodão que caía no chão. Aparentemente nada poderia ser mais fácil... Mesmo assim ele ficava apavorado pelo movimento das máquinas e pelo barulho dos motores. Ele também não gostava da poeira e do cano que soltava fumaça, pois acabava se sentindo sufocado. Ele logo ficou doente e em virtude disso constantemente parava de trabalhar porque suas costas doíam. Isso motivou Blincoe a se sentar; mas essa atitude, ele logo descobriu, era proibida nos moinhos”.

Trecho do livro “A História da produção de algodão”, de Edward Baines:
“São constantes as informações sobre crianças que trabalham em fábricas e que são cruelmente agredidas pelos supervisores a ponto de seus membros se tornarem distorcidos pelo constante ficar de pé e curvar-se (para apanhar). Por isso eles crescem e se tornam aleijados. Eles são obrigados a trabalhar treze, quatorze ou até quinze horas por dia”.