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domingo, 12 de setembro de 2010

Estados nacionais: burguesia se une ao rei e forma o Estado-nação

O Estado-nação formou-se e se consolidou à medida em que as relações políticas e de produção que sustentavam o feudalismo se enfraqueciam, embora a nobreza ainda conseguisse manter privilégios como o controle de alguns tribunais e cobrança de pedágios.

Benefício para a expansão do comércio, o fortalecimento do Estado-nação, por seu turno, induzia ao aumento dos impostos para o pagamento de exércitos profissionais, do corpo jurídico, da máquina administrativa e, em alguns casos, para comprar a submissão e a fidelidade da nobreza ao rei.
A vitalidade do comércio garantia o dinheiro para tudo isso e, caso não garantisse, era junto à burguesia que o rei buscava empréstimos para cobrir rombos financeiros ("o rei governava com o dinheiro da burguesia").

Península Ibérica: a formação de Portugal e Espanha
A Península Ibérica, durante o século VIII, teve grande parte de seus territórios dominados pelos árabes que, inspirados pela jihad muçulmana, empreenderam a conquista de diversas localidades do Oriente e do Ocidente. Na porção centro-sul, os árabes consolidaram a formação do Califado de Córdoba, enquanto a região norte ficou sob controle dos reinos cristãos de Leão, Castela, Navarra, Aragão e o Condado de Barcelona.

Por volta do século XI, esses reinos católicos resolveram formar exércitos que – inspirados pelo movimento cruzadista – teriam a missão de expulsar os “infiéis” muçulmanos daquela região. A partir de então, a chamada Guerra de Reconquista se alongou até o século XV. Com o desenvolvimento desses conflitos, os diferentes reinos participantes do combate conseguiram reduzir a presença dos muçulmanos e conquistar novas terras que enriqueceram tais governos.

Durante essas guerras, os reinos ibéricos conseguiram a participação do francês Henrique de Borgonha, nobre que participou da guerra em troca do controle sob as terras do Condado Portucalense. Anos mais tarde, essa região deu origem à Monarquia Nacional Portuguesa. Já no século XV, a hegemonia dos reinos católicos era garantida pelo reino de Castela, que controlava a grande maioria das terras da Península Ibérica nesse período.

Em 1469, a presença muçulmana estava restrita ao Reino Mouro de Granada. Nesse mesmo ano, os territórios do Reino de Castela e Aragão foram unificados graças ao casamento entre os monarcas cristãos Isabel de Castela e Fernando de Aragão. Depois disso, novos exércitos foram responsáveis por expulsar os muçulmanos definitivamente com a tomada de Granada, no ano de 1492. A partir de então, esse reino passou a fortalecer-se com franco incentivo ao comércio marítimo.

Mapa demonstrando a formação de Portugal e Espanha, do século XI ao XII

Guerra dos Cem Anos: conflito entre franceses e ingleses
No ano de 1337, teve início um conflito envolvendo a Inglaterra e a França, a Guerra dos Cem Anos, que se estendeu até 1453, e que foi a maior guerra européia medieval, tendo por efeito uma série de transformações decisivas para a afirmação do chamado mundo moderno.

As origens da guerra sintetizam, em vários aspectos, o caráter transitório do período, de um mundo feudal em decomposição, mas ainda predominante, em direção a uma nova realidade, marcada pelo crescimento do comércio, da economia urbana e da riqueza mercantil. Com efeito, tanto os elementos feudais quanto os interesses mercantis foram decisivos para a conflagração.

Os atritos entre as monarquias francesa e inglesa remontam ao século 12, envolvendo uma realidade que, muito mais que nacional, era tipicamente feudal. O crescimento do poder da monarquia francesa esteve diretamente ligado ao crescimento do comércio e das cidades.

Formação da França

A vitória na Guerra dos Cem Anos, conflito que opôs França e Inglaterra entre 1337 e 1453, contribuiu para a consolidação do poder do monarca francês, na medida em que garantiu um dos elementos centrais da formação do Estado-Nação moderno: a constituição de um exército permanente.

A formação desse imponente exército e a vitória contra os ingleses permitiu a ampliação do poder político real. A partir de então, o rei francês criou um articulado corpo de funcionários públicos que deveriam impor a autoridade real em oposição aos senhores feudais. Paralelamente, a burguesia passou a ceder grandes quantias para que o rei garantisse a liberdade das cidades através de uma carta de franquia, documento concedido pelo próprio monarca que liberava os centros urbanos das taxações feudais.

No ano de 1302, a assembléia dos Estados Gerais – composta pelo clero, a nobreza e os comerciantes – foi criada com o intuito de reafirmar a ação política do rei. Através desse órgão, o rei Filipe IV conseguiu impor taxas sobre as propriedades da Igreja.

No ano de 1453, o rei Carlos VII concluiu o processo de expulsão dos britânicos do território francês e passou a comandar com amplos poderes. Com o apoio dos grandes burgueses, centralizou o governo nacional, criou novos impostos e financiou a instituição de um exército permanente. A partir de então, a França tornou-se o exemplo máximo do absolutismo real europeu.

Formação da Inglaterra

A Inglaterra teve seu processo de centralização política iniciado a partir da Baixa Idade Média, momento em que a Bretanha estava politicamente dividida em quatro reinos distintos. Sob o comando do rei Henrique II, o processo de unificação territorial foi iniciado com relativa eficácia durante o século XII. No governo seguinte, comandado pelo rei Ricardo Coração de Leão, diversas lutas contra os franceses e o envolvimento nas Cruzadas enfraqueceram o papel da autoridade monárquica.

A falta de um rei presente e os grandes custos gerados com os gastos em guerras e conflitos motivou a classe nobiliárquica a impor um documento limitando às funções do rei. No ano de 1215, o rei João Sem Terra ficou em uma situação delicada quando foi obrigado a assinar a Magna Carta, que limitava o poder do rei, impedindo-o de criar novos impostos ou alterar leis sem a aprovação do Grande Conselho, um órgão formado por integrantes da nobreza e do clero.

Após a derrota na Guerra dos Cem Anos, a política inglesa ainda sofreu um sério abalo com a disputa entre as famílias York e Lancaster, que se enfrentaram na Guerra das Duas Rosas. No final do conflito, a dinastia Tudor passou a controlar o trono britânico sob a liderança do monarca Henrique VII. A partir de então, a Estado Britânico se fortaleceu de maneira impressionante pautando sua hegemonia, principalmente, no fortalecimento de suas atividades mercantis. Nos governos de Henrique VIII e Elizabeth I o estado nacional britânico alcançou seu auge, afirmando o absolutismo na Inglaterra.


Adaptado de:
http://educacao.uol.com.br/historia/ult1704u102.jhtm
http://www.brasilescola.com/historiag/formacao-monarquia-nacional-espanhola.htm
http://educacao.uol.com.br/historia/guerra-dos-cem-anos-origens.jhtm
http://educacao.uol.com.br/historia/absolutismo-na-franca.jhtm
http://www.brasilescola.com/historiag/formacao-estado-nacional-britanico.htm

Um comentário:

  1. Gostei muito ando a ver novelas desses tempos e ajudou-me a compreender muias coisas, que nao tinha conhecimentos! Obrigado.

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