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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Democracia em preto e branco - A história da Democracia Corintiana

No início da década de 1980, um time de futebol ("o time do povo", como gostam de ser chamados seus fiéis torcedores) demonstrou como este esporte não é alienante, como muitos defendem! Compreenda o processo de abertura política no Brasil, a campanha das "Diretas Já!" e uma demonstração de como nossa sociedade pode ser diferente. Diferente, não. Democrática!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Recordar é viver! [Especial 8ª série]

Com a proximidade da formatura dos alunos da 8ª série publico aqui alguns dos momentos importantes (e inesquecíveis) que tivemos juntos, nestes 4 anos de maravilhoso convívio! Vamos relembrar (e rir!) juntos? Lá vai:

Matéria da TV Tarobá sobre o Fórum IMIN 100 (2008):

Inconfidência Mineira, uma interpretação (2010):

Família Real no Brasil, uma interpretação (2010):

O grito do Ipiranga, uma interpretação (2010):

Sou muito grato a TODOS vocês! Parabéns pelo término de mais um ciclo! Sejam felizes em seus novos desafios!

Abraços,
Prof. Samuka Araújo!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Escola Villasboas - 8ª Série - Orientações para trabalho sobre HISTÓRIA ORAL

Para o estudo da história contemporânea, os historiadores utilizam, além das fontes escritas, a história oral - uma metodologia de pesquisa que consiste em registrar o testemunho de alguém sobre determinado fato, suas lembranças do cotidiano ou suas experiências do passado. O depoimento de uma testemunha não é, contudo, a "verdade" nem a palavra final, definitiva e completa do que aconteceu no passado. Trata-se, sim, de uma visão pessoal do acontecimento e essa visão pode confirmar, acrescentar ou mesmo contradizer o que conhecemos sobre o passado.

Com seu grupo, você vai realizar uma entrevista tendo como tema central "Brasil: décadas de 1960 a 1990". Para isso, oriente-se pelas etapas abaixo descritas.

PRIMEIRA PARTE - Preparação da entrevista

a) Escolham quem será entrevistado, lembrando-se que, obrigatoriamente, a pessoa deve ter a idade descrita na época escolhida.

b) Decidam qual dos 03 temas da história do Brasil a ser investigado:

- Sociedade e política na época da Ditadura Militar no Brasil (idade mínima: 55 anos).

- Governo Sarney e Constituição de 1988 (idade mínima: 50 anos).

- Eleições de 1989, Governo Collor e impeachment (idade mínima: 45 anos).

c) Pesquisem sobre o tema da entrevista. É importante conhecer o assunto para saber conduzir bem a entrevista.

d) Façam um resumo da época do tema da entrevista para saber o que conversar com o entrevistado. Isso vai reavivar a lembrança dele sobre os acontecimentos passados.

e) Elaborem, ao menos, 10 perguntas. Devem ser perguntas abertas, que facilitem ao entrevistado relatar suas experiências.

SEGUNDA PARTE - Realização da entrevista

a) Combinem com o entrevistado o dia e a hora da entrevista. Lembrem de avisá-lo do tempo necessário para fazer o trabalho (aproximadamente uma hora).

b) Preparem o equipamento de trabalho: gravador ou celular para gravar a conversa (verifiquem pilhas ou a carga da bateria), caderno e caneta para anotar os nomes ditos pelo entrevistado, uma máquina fotográfica, resumo do tema e perguntas.

c) Liguem o gravador ou celular e leiam para o entrevistado o resumo do tema que o grupo preparou. Deixem-no à vontade para interromper a leitura e fazer comentários a respeito. Isso também faz parte da entrevista.

d) Comecem as perguntas, uma por vez, sem se preocupar em ter todas elas respondidas da forma com que vocês imaginam. Talvez, a pessoa escolhida leve a entrevista para outro lado e o ideal não é interrompê-lo, mas deixá-lo lembrar do máximo de coisas possíveis.

TERCEIRA PARTE - Tratamento da entrevista

a) Reunir o grupo, em sala, junto com o professor, para discutir os pontos mais importantes e a forma com que a entrevista se tornará um jornal. Serão necessárias quatro reportagens sobre o tema:

REPORTAGEM 1 – Reportagem central: resumir a época escolhida, somente através daquilo que estudamos, sem contar a história ou versão do entrevistado. Não se esqueça de escolher uma foto que ilustre o período histórico. Quantidade mínima de caracteres desta reportagem: 1.200 caracteres. Link para contar os caracteres de seu texto: http://www.mestreseo.com.br/ferramentas-seo/tamanho-do-texto/

REPORTAGEM 2 – Biografia do entrevistado: breve histórico da pessoa escolhida, dizendo o nome completo, idade, local de nascimento, profissões que já teve ou tem, se é aposentado e demais informações importantes sobre a pessoa. Não se esqueça de tirar uma foto do ou com o entrevistado para anexar a esta reportagem. Quantidade mínima de caracteres desta reportagem: 750 caracteres.

REPORTAGEM 3 – Entrevista: utilizar trechos da conversa que tratem da época histórica escolhida para contar a visão da pessoa sobre aquele tempo. Quantidade mínima de caracteres desta reportagem: 750 caracteres.

REPORTAGEM 4 – Reflexão do grupo: escreva um texto a partir das seguintes questões: A) As lembranças do entrevistado confirmaram, completaram ou contradizem o tema que nós estudamos? B) Selecionem um trecho da fala do entrevistado para justificar a resposta dada à pergunta anterior. Quantidade mínima de caracteres desta reportagem: 750 caracteres.

QUARTA PARTE - Redação

- Todo jornal possuí um nome. Escolham um nome criativo ao jornal do seu grupo.

- Cuidado com a redação dos textos, para não cometer erros gramaticais ou de ortografia.

- Mantenha atenção quanto ao tema de cada uma das entrevistas, assim, seu grupo corre menos riscos de fugir do tema.

- Caso tenha qualquer dúvida quanto ao andamento do trabalho, pergunte ao professor em sala, através do e-mail samuel_londrina@yahoo.com.br ou pelo blog www.professorsamuka.blogspot.com.

PONTUAÇÃO:

- Cada reportagem (e sua produção) será avaliada pelos Prof. Samuel Araújo e Tiago Buranello. No caso da disciplina de História, elas terão valor de 0,5 pontos cada um, totalizando 2,0 pontos. No caso da disciplina de Produção de Texto o valor total será de 1,0 pontos.

DATA DE ENTREGA:

- O trabalho deve ser entregue ao Prof. Samuel Araújo até o prazo máximo de 28 de Novembro de 2011.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Arquitetura grega - O Pártenon ateniense

A maior expressão da arquitetura grega, talvez seja o Pártenon na acrópole da cidade de Atenas. Esta construção grandiosa demonstra a importância dada pelos gregos aos seus deuses. Assista o vídeo abaixo para conhecer mais detalhes desta obra magnífica:

sábado, 13 de agosto de 2011

Alemanha relembra 50 anos do Muro de Berlim

(via BBC Brasil)

A Alemanha comemora, neste sábado, os 50 anos desde a construção do Muro de Berlim, quando o lado leste (comunista) fechou suas fronteiras, dividindo a cidade em dois durante 28 anos e partindo famílias ao meio.

Mapa de Berlim após a Segunda Guerra Mundial

A cerimônia em memória desse marco começou com a leitura dos nomes de 136 berlinenses que morreram tentando cruzar o muro. O presidente alemão, Christian Wulff, disse que o muro é agora parte da história, e que o país está estabelecido em segurança como uma nação unificada.

A construção da barreira remete aos primeiros anos da Guerra Fria, quando Berlim Ocidental era o caminho escolhido por milhares de berlinenses orientais para fugir rumo à democracia do oeste. Em resposta, autoridades da Alemanha Oriental construíram, na noite de 13 de agosto de 1961, uma muralha que rodeava totalmente o lado ocidental da cidade.

Construção do Muro de Berlim (Agosto de 1961)

Pelas três décadas seguintes, Berlim se tornou um ponto de ebulição da Guerra Fria. E, apesar de a barreira ter sido derrubada em 1989, é considerada até hoje um símbolo de divisões econômicas na Alemanha.

Cicatrizes
O correspondente da BBC na cidade, Stephen Evans, explica que o muro teve um impacto fortíssimo na cidade, deixando alguns de seus moradores abalados pela sensação de aprisionamento. Alguns guardam as cicatrizes psciológicas até hoje.

É o caso de Gitta Heinrich, que atualmente não tem muros ao redor de sua casa. A proteção de seu terreno é feita com árvores e arbustos, em vez de concreto e pedras. Dentro de casa, ela mantém as portas entre os cômodos sempre abertas. Nas ruas, evita espaços confinados em que haja multidões.

Gitta é da pequena vila de Klein-Glicenicke, nos arredores de Berlim, por onde passou o muro, transformando o local em uma ilha da Alemanha Oriental presa dentro de Berlim Ocidental. Quando este foi derrubado, ela foi submetida a uma consulta médica, porque se sentia ansiosa e angustiada. Seu diagnóstico: "Mauerkrankheit", ou "doença do muro".

Queda do Muro de Berlim (Novembro de 1989)

'Dia mais triste'
O prefeito dde Berlim, Klaus Wowereit, declarou que, apesar de o muro ter ficado para a história, "não devemos esquecê-lo". Em uma cerimônia em Bernauer, rua que ficou conhecida por ter sido dividida pelo muro (e que hoje abriga um memorial), ele disse que a cidade está relembrando neste sábado "seu dia mais triste na história recente". "É nossa responsabilidade comum manter vivas as memórias e passá-las adiante às próximas gerações, para manter a liberdade e a democracia e para evitar que injustiças não voltem a ocorrer."

Placa em um dos locais onde passava o Muro de Berlim

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Neonazistas caem em pegadinha

(Foto: EFE) Camiseta foi distribuída gratuitamente

O público de um show neonazista, realizado na Alemanha, foi surpreendido ao descobrir que as camisetas que eles receberam como lembrança do evento tinham uma mensagem secreta anti extremista. Mas ela aparecia apenas depois de a roupa ser lavada.

O slogan das camisetas inicialmente combinavam com o tom do show: “rebeldes linha dura”, ilustrado por uma caveira e bandeiras nacionalistas.

Mas, uma vez lavadas, as frases se transformavam na mensagem de um grupo oferecendo ajuda aos extremistas de direita dispostos a abandonar as ideias nazistas. “Se sua camiseta pode fazer, você também pode – ajudaremos você a se afastar do extremismo de direita”, diz o slogan depois da primeira lavagem.

As roupas foram entregues pelos organizadores a 250 pessoas no show Rock for Germany, em Gera, após serem entregues como doações anônimas. Na verdade, foram fornecidas pelo EXIT, grupo que ajuda pessoas a se dissociar de neonazistas.

Contrariado, o organizador do festival, Gordon Richter, do partido de extrema direita NPD, chamou a pegadinha de desperdício de dinheiro: “É patético gastar dinheiro para fazer algo assim.”

Bernd Wagner, fundador do EXIT, disse que a ideia era alcançar pessoas que pensam em deixar o neonazismo. “Queríamos conscientizar essa gente sobre nosso programa, especialmente entre os jovens e os menos comprometidos”, disse Wagner.

Texto originalmente publicado em:

sábado, 6 de agosto de 2011

Há 66 anos... "I can kill´ cause in God I trust"

Trecho de texto publicado por Ronaldo Rogério de Freitas Mourão - Dr. pela Universidade de Sorbonne (Paris) e Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Em 6 de agosto de 1945, às 2h30min, hora local, e com condições meteorológicas favoráveis sobre Hiroshima, o bombardeiro B29 batizado de Enola Gay (em homenagem à mãe do piloto que comandava a missão) decolou do aeroporto militar norte-americano Tinian, nas Ilhas Marianas, sob o comando de Paul Tibbets, sendo a tripulação composta de Robert Lewis, Thomas Ferebee, William Parsons, Morris Jeppson e outros. O comandante Tibbets era o único que conhecia os efeitos da bomba que transportava, medindo 4,50 metros de comprimento e 76 cm de diâmetro. Às 8h9min, Hiroshima aparece entre as nuvens. Às 8h16min45s a bomba é lançada. A explosão de 60 kg de U235, equivalente a 12.500 toneladas de TNT, ocorreu 40 segundos mais tarde, a 580 metros acima da cidade, provocando a morte de 140.000 civis. O número de sobreviventes foi superior a 300.000, que apresentaram efeitos de curto e longo termo decorrentes de doenças provenientes da exposição à radiação.


A bomba atômica produziu efeitos arrasadores. Nos primeiros milionésimos de segundos, a energia térmica liberada na atmosfera transforma o ar em uma bola de fogo de aproximadamente 1 km de diâmetro. Durante alguns segundos um calor de vários milhões de graus paira sobre Hiroshima. No solo, a temperatura atinge vários milhões de graus sob o epicentro da explosão. Num raio de 1 km, tudo foi instantaneamente vaporizado e reduzido a cinzas; até 4 km do epicentro os prédios e os seres humanos sofreram combustão instantânea e espontânea; num raio de 8 km, as pessoas sofreram queimaduras de 3º grau.


Após o calor, ocorreu uma onda de choque que provocou um efeito devastador, causado pela enorme pressão devida à expansão dos gases; essa onda de choque progrediu a uma velocidade de 1.000 km por hora, como se fosse um muro de ar sólido. Ela reduziu a pó tudo o que se encontrava num raio de dois quilômetros. Dos 90 mil prédios da cidade, 62 mil foram completamente destruídos.

Um efeito ainda pouco conhecido em 1945 foi a radioatividade espalhada pela explosão nuclear, que provocou câncer, leucemia e outras doenças. Ela disseminou um terror muito maior do que outras conseqüências, pois suas manifestações só apareceriam dias, meses e até mesmo anos após a explosão.


Em 6 de agosto de 1945, a Casa Branca comunicou o bombardeio de Hiroshima ao povo norte-americano: "acabamos de lançar sobre o Japão a força de onde o Sol tira o seu poder. Nós conseguimos domesticar a energia fundamental do universo". O presidente Harry Truman declarou: "O mundo constata que a primeira bomba atômica foi lançada sobre Hiroshima, uma base militar; nós ganhamos, contra a Alemanha, a corrida da sua descoberta. Nós a utilizamos com a finalidade de reduzir a angústia da guerra e com o fim de salvar as vidas de milhares e milhares de jovens americanos. Nós continuaremos a empregá-la até conseguirmos destruir completamente os recursos bélicos japoneses" (cf. Truman, 1955.).t

Em 9 de agosto de 1945, às 11h2min, uma segunda bomba nuclear, a Fat man, foi lançada por Charles Sweeney, Frederick Ashworth e outros de um bombardeiro B-29 sobre a cidade de Nagasaki. O alvo foi trocado de Kokura para Nagasaki em virtude das más condições de visibilidade. A explosão, equivalente a 22 mil toneladas de TNT, foi obtida usando 8 kg de plutônio 239, com uma bomba de 4.5 toneladas, que provocaram a morte de mais de 70 mil civis.


Em 15 de agosto, Hirohito, Imperador do Japão, anunciou a capitulação incondicional de seu país. Ele tinha 46 anos, quando se dirigiu pela primeira vez ao seu povo para comunicar chorando, em linguagem arcaica, que o Japão perdera a guerra. O inimaginável tinha acontecido, era necessário aceitar o inaceitável: a rendição, a ocupação, a humilhação. Acabara o Grande Império. Em 2 de setembro de 1945, a rendição japonesa é assinada. Assim estava terminada a Segunda Guerra Mundial, que não acabou em 8 de maio com a capitulação do Terceiro Reich, mas em 6 e 9 de agosto de 1945, com as duas bombas que deram início à Guerra Fria.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Ameaça de divisão da Bélgica também coloca em risco a unidade da Espanha, Itália e Reino Unido*

*por Luiz Felipe de Alencastro
Colunista do UOL Notícias
Nos começos dos anos 1990, quando as instituições da União Europeia (UE) ganharam corpo e a URSS desabou, pondo um término à Guerra Fria, um grande jornalista francês, André Fontaine, editorialista do "Le Monde", sentenciou : a paz na Europa vai diminuir a hegemonia dos governos centrais e ressuscitar as fronteiras étnicas no interior dos velhos Estados europeus.

Naquela altura, a Iugoslávia já se despedaçava num sangrento conflito inter-étnico. Mas a Iugoslávia era um país artificial, nascido em 1918, depois de um desenho territorial mal ajambrado feita pelas potências vencedoras da Primeira Guerra Mundial. Não se tratava, absolutamente, de "um velho Estado europeu".

André Fontaine pensava na Espanha, onde pipocava a revolta no país basco e o descontamento na Catalunha, no norte da Itália, onde existem movimentos regionalistas dissidentes e, sobretudo, na Bélgica, onde sua previsão parece estar perto de se realizar.

De fato, na semana passada, o país completou 13 meses sem governo efetivo, na esteira de uma crise política que se arrasta desde 2007. O motivo do impasse é estrutural e parece não ter mais conserto : o belgas do norte, que falam flamengo (derivado do holandês), tem mais poder econômico e formam 58% da população do país, não querem mais viver junto com os belgas do sul, que falam francês, e são mais frágeis economicamente.
Desde 1830, as duas regiões estão amarradas em torno da monarquia parlamentar sediada em Bruxelas. O país se manteve razoavelmente unido -- apesar das querelas linguísticas que permeavam o seu ensino público --, até os anos 1960. A partir daí a unidade nacional começou a enfraquecer. Primeiro, a Bélgica teve que encarar a catastrófica independência do Burundi, do Ruanda e, sobretudo, do Congo-Kinshasa, suas antigas colônias.

Será que o colonialismo ajudou a Bélgica a manter sua unidade nacional? Esta era a opinião de Joseph Conrad que, na fase mais sangrenta do saque belga no Congo, numa passagem excluída da versão definitiva de sua admirável novela "Coração das Trevas" (1902), definia a Bélgica como um país meio troncho, governado por um "rei de terceira categoria" (Leopoldo 2º) que procurava obter na pilhagem do Congo a importância política de que carecia na política europeia. De todo modo, o final da exploração colonial belga na África coincidiu com o aumento das divisões internas e com o declínio internacional do país.

Paralelamente, a região francófona, cuja economia repousava sobre atividades oriundas da primeira revolução industrial (metalurgia, siderurgia, minas de carvão) começou a ser sobrepujada pela economia flamenga, muito mais dinâmica. Tirando as conclusões destas diferenças culturais e econômicas, o Parlamento belga instaura o regime federalista em 1993. Apresentada como uma solução para preservar a unidade nacional, a autonomia da regiões acabou precipitando o separatismo flamengo.

Atualmente, a Bélgica atravessa uma crise política que pode desembocar numa divisão de seu território. O maior empecilho à sua divisão é o estatuto particular da região de Bruxelas. Além de sediar as instituições europeias, é também a única região bilíngue do país. Na eventualidade de uma divisão do território de que lado ficaria Bruxelas, a jóia da coroa belga?

Os outros países europeus também farão o que puderem para evitar a secessão flamenga por uma razão simples : embora de maneira menos aguda, o separatismo também ameaça a unidade da Espanha, da Itália e do Reino Unido.

No final das contas, a crise da identidade nacional belga mostra que os problemas atuais da Europa são também políticos, e não se resumem à crise do euro ou ao eventual calote da Grécia e de Portugal.

Fonte: UOL Notícias

sábado, 2 de julho de 2011

"Fusca Itamar"

*por Patrick Cruz, iG São Paulo

Em 1993, a inflação no Brasil foi de 2.447%. O jogador de maior destaque no Campeonato Brasileiro foi Zinho, do Palmeiras. Uma das mais badaladas capas da revista Playboy foi com uma modelo paraguaia, Veronica Castiñeira. E, em um ano pródigo em improbabilidades, a maior novidade no mercado automobilístico foi o anacrônico Fusca, aposentado havia sete anos.

Itamar Franco, então presidente da República (e falecido neste sábado, aos 81 anos), queria que a expressão “carro popular” fosse literal. Se era para o povo ter carro, que ele fosse barato. E, claro, que tivesse apelo com o público. Parecia jogo ganho: o Fusca, carro mais popular do País, mesmo após a interrupção de sua produção nacional, em 1986, estava de volta às linhas de montagem por iniciativa da Volkswagen, que acatou pedido do presidente Itamar.

O Fusca renascido passaria a ser o Fusca Itamar. Aos críticos de um carro já fora do mercado havia muito, a Volkswagen argumentava que o Fusca Itamar era bem mais silencioso que a versão fabricada em 1986 e também de desempenho muito mais vistoso: fazia de 0 a 100km/hora em 14,5 segundos e atingia velocidade máxima de 140km/hora.

Em tempos de cruzeiro real, a moeda do País naquele período, o projeto de retomada da produção do modelo consumiu investimento de US$ 30 milhões. As máquinas foram azeitadas para que viessem ao mundo 100 novos Fuscas por dia, ou 20 mil por ano. O preço sugerido era de US$ 7,2 mil, valor que, no câmbio de hoje, daria pouco mais de R$ 11 mil.

Mas o jogo não se mostrou tão favas contadas. O Fusca era popular, mas custava praticamente a mesma coisa que os populares da vez, o Uno Mille, da Fiat, e Corsa, da GM, dois modelos mais confortáveis e bem acabados. E, assim, a popularização que se pretendia com o renascimento de um modelo tão querido acabou ficando pelo caminho. Entre 1993 e 1996, quando a montagem nacional do Fusca foi abortada de vez – e no último ano ele saiu em uma edição especial, a Série Ouro –, foram produzidas em torno de 47 mil unidades.

O Fusca saiu da vida, mas já tinha entrado na história. Pioneiro entre os carros nacionais a serem exportados, ele começou a ser montado em 1953 em um barracão alugado no bairro do Ipiranga, em São Paulo, com 100% das peças importadas da Alemanha. Depois, em 1959, passou a ter uma casa para chamar de sua: naquele ano, com pompa e circunstância, a Volkswagen recebeu o presidente Juscelino Kubitschek para inaugurar a fábrica. O ato permanece como um marco no processo de industrialização do Brasil.

O Fusca é, ainda hoje, um dos dez carros mais usados mais vendidos do País, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) – foram 16 mil unidades em 2010. E, com o renascimento estimulado por Itamar Franco, o Fusquinha – ou, ao menos, a última roupagem do modelo – tornou-se também uma das marcas registradas do presidente que viria a ter um epíteto de respeito: o Plano Real. E já tinha outro: o imaculado topete.

terça-feira, 7 de junho de 2011

O café e a escravidão no Brasil Imperial


Informações sobre a história do café:
http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=488
http://www.planetaorganico.com.br/cafebrev1.htm

A produção do café no Brasil do século XIX demandou o desmatamento de uma grande área de Mata Atlântica. Texto sobre a importância desta área e as características da situação atual desta área:
http://educacao.uol.com.br/geografia/mata-atlantica-floresta-e-a-mais-agredida-do-mundo.jhtm

A produção do café não é algo simples. Texto sobre informações relativas a produção cafeeira na atualidade:
http://giancafe.com.br/blog/category/cultivo-e-preparo-do-fruto-cafe/
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Cafe/CafeOrganico_2ed/colheita.htm

Até pouco mais de 30 anos atrás, a região da nossa cidade era uma grande produtora de café. Texto sobre a importância do café para o surgimento, crescimento da cidade de Londrina e também sobre o motivo que fez com que o café deixasse de ser o principal produto da região:
http://www1.londrina.pr.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3&Itemid=5
http://robertobondarik.blogspot.com/2008/07/geada-negra-de-1975-erradicao-da.html

A escravidão no Brasil, mesmo proibida, ainda existe, mas é diferente da época do Brasil Imperial. Texto sobre este assunto:
http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/escravidao-ontem-e-hoje-trabalho-compulsorio-ainda-existe-no-brasil.jhtm

sábado, 4 de junho de 2011

PATRIMÔNIO HISTÓRICO - Uma ponte três vezes destruída*

Localizada entre os municípios de Ribeirão Claro, no Nordeste do Paraná, e a cidade paulista de Chavantes, a ponte pênsil Alves Lima faz parte do que se considera uma raridade arquitetônica. O Brasil tem apenas mais dois exemplares desse tipo de pone, a Hercílio Luz, em Florianópolis (SC), e a de São Vicente (SP). Apesar disso, a Alves Lima não ganhou a fama merecida. A ponte, cujos cabos ancorados sustentam o que a lei da gravidade derrubaria, chegou a ser interditada em 2006 por falta de manutenção, até que uma restauração, que durou dois anos, permitirá que ela seja entregue em dez dias, desta vez somente para pedestres. Pisar nas tábuas recuperadas é uma grande chance de entender porque uma obra que desafia a engenharia foi parar no interior do Paraná e de São Paulo.
A produção cafeeira ia de vento em popa no Norte do nosso estado na década de 1920, mas enfrentava uma dificuldade: escoar a safra até o porto de Santos. No meio do caminho havia um rio, o Paranapanema, vencido apenas com balsas. Agilizar o escoamento e torná-lo mais seguro era a ordem do dia, por isso o proprietário de uma das maiores fazendas cafeeiras que o Paraná teve, a Monte Claro, resolveu jun­­tar forças com as prefeituras e erguer a ponte que levou o seu nome, Manoel Antônio Alves Lima. Ela ficou pronta no início da década de 1920 e ligou a cidade de Ri­­beirão Claro à Estação Chavantes da Estrada de Ferro de Sorocaba (SP). Ficou conhecida, no período de ouro do café, como “a ponte da salvação da lavoura”. Os momentos de glória acabaram quando São Paulo teve duas importantes revoluções que, em momentos diferentes da história, levaram parte da ponte de madeira abaixo.

Em 1924, os paulistas se revoltaram para tentar obrigar o então presidente Artur Bernardes a renunciar. “Os tenentes, responsáveis pela revolta, buscaram apoio em outros estados, como o Amazonas e o Rio Grande do Sul. No primeiro dia conseguiram expulsar o governador da capital, mas não reuniram forças suficientes para resistir às tropas leais ao governo federal”, afirma o historiador da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Jozimar Paes de Almeida. Enfraquecidos, os revoltosos se refugiaram em Foz do Iguaçu. “No trajeto da fuga, uma das hipóteses é a de que eles buscaram retardar a perseguição das tropas legalistas. Por isso, depois que passaram a fronteira, queimaram a ponte [em 1924]”, explica Almeida.
O CASO
A ponte foi reerguida em 1928, mas durou pouco. Passados quatro anos, uma outra revolução, a Cons­­titucionalista (1932), derrubou novamente a Alves Lima. O pre­­sidente Getúlio Vargas decidiu extinguir o Congresso Nacional após desdobramentos da crise da bolsa de Nova York, em 1929, e no­­meou um interventor para o go­­verno de São Paulo. A oligarquia pau­­lista, capitaneada pelos cafeicultores, enfrentava uma crise econômica e pediu para o governo fe­­deral convocar uma constituinte.

Sem sucesso, eles decidiram começar uma luta armada, mas se viram atacados em várias frentes por forças que apoiavam Vargas. Em 1932, tropas gaúchas (legalistas de Vargas) se reuniram em Ribeirão Claro para atacar os paulistas. “Os revoltosos, ao saberem que os gaúchos estavam aquartelados em Ribeirão Claro, recuaram e dinamitaram a ponte Alves Lima para retardar o avanço das tropas”, diz Almeida. A ponte só foi reerguida em 1936.

Uma nova tragédia, porém, derrubou a ponte pela terceira vez. Foi em 1983, quando a região assistiu à maior enchente de que se teve notícia. A obra foi recuperada novamente dois anos depois e continuou funcionando até 2006 – no meio do caminho chegou a ser queimada em um ato de vandalismo, mas os ribeirinhos conseguiram controlar as chamas. Teve de ser interditada por causa da falta de manutenção, mas agora, com o restauro, volta a dar os ares de sua graça.
*Matéria e fotos publicadas no jornal Gazeta do Povo (04/06/2011).

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Análise do filme "O grande ditador" (1940)

Data de entrega: 13/06/2011 (segunda-feira)
Valor: 2,0 pontos

Charles Chaplin começou a escrever o roteiro de “O grande ditador” em 1939, ano em que a Alemanha invadia a Polônia, fato que deu origem a Segunda Guerra Mundial. O filme, que estreou em 1940, tem como principais personagens Adenoid Hynkel (trocadilho para Adolf Hitler) e Benzino Napaloni (trocadilho para Benito Mussolini).
A partir dos trechos selecionados que assistimos do filme “O grande ditador” responda as questões a seguir.

– Caso você tenha faltado ou queira relembrar algumas informações, assista ao filme completo através do link:


LEGENDA:
Adenoid Hynkel – Adolf Hitler
Benzino Napaloni – Benito Mussolini
Duas Cruzes – Referência a suástica (símbolo usado pelos nazistas)
Tomânia – Alemanha
Bactéria - Itália
Osterlich - Áustria (país europeu próximo a Alemanha)

QUESTÕES:
01 – Pesquise sobre o filme e faça a ficha técnica do mesmo com as seguintes informações: Título do filme em português – Título original do filme – Diretor – Ano de lançamento – Principais atores – País em que foi feito – Tempo de duração. (VALOR 0,2)

02 – Resuma, em no mínimo 10 linhas, o tema do filme e o contexto histórico que ele retrata. (VALOR 0,8)

03 – Analise a cena em que Hynkel brinca com o globo terrestre. Que crítica Charles Chaplin faz nesta cena (VALOR 0,5)? Para assistir somente a cena, acesse:


04 – Analise o trecho final do filme, em que o barbeiro judeu confundido com Hynkel é levado para fazer um discurso sobre a guerra que se iniciava. Reflita e comente sobre a mensagem que Chaplin quis deixar com esta cena (VALOR 0,5). Para assistir somente a cena, acesse: