*adaptado
do texto de Rainer Sousa (Brasil Escola)
ANTECEDENTES
A Primeira Guerra Mundial aconteceu por motivos que
vinham deste o século XIX. Entre
os anos de 1870 e 1914, o mundo vivia a euforia da chamada Belle
Epóque (Bela
Época). Do ponto de vista da burguesia dos grandes países industrializados, o
planeta experimentava um tempo de progresso econômico e tecnológico. Entretanto,
todo esse otimismo encobria um sério conjunto de tensões.
Com
o passar do tempo, a relação entre os maiores países industrializados se
transformou em uma relação marcada pela tensão. A concorrência pelos
territórios imperialistas acabava se acirrando a cada dia. Orientados pela
lógica do lucro capitalista, as potências industriais disputavam cada palmo das
matérias-primas e dos mercados consumidores mundiais, principalmente na África e Ásia.
Preocupados
em manter e conquistar territórios, os países europeus investiam em uma pesada
tecnologia de guerra e aumentavam seus exércitos. Nesse último aspecto, vale
lembrar que a ideologia nacionalista alimentava um sentimento utópico de
superioridade que abalava o bom entendimento entre as nações.
Cartazes incentivando jovens a se alistarem para o conflito
Os países imperialistas estavam empenhados numa rápida corrida armamentista, já como uma maneira de se protegerem, ou atacarem, no futuro próximo. Esta corrida bélica gerava um clima de apreensão e medo entre os países, onde um tentava se armar mais do que o outro, o que levou a o desenvolvimento da chamada “política de alianças”. Através da assinatura de acordos político-militares, os países europeus se dividiram nos futuros blocos políticos que conduziriam a Primeira Guerra Mundial. Por fim, o Velho Mundo estava dividido entre a Tríplice Aliança – formada por Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália – e a Tríplice Entente – composta por Rússia, França e Inglaterra.
ESTOPIM
Mediante
esse contexto, tínhamos formado o terrível “barril de pólvora” que explodiria
com o início da guerra em 1914. O estopim deste
conflito foi o assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do império
austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina), região
dominada pelos austríacos desde 1907. As investigações levaram ao criminoso, um
jovem integrante de um grupo Sérvio chamado Mão-negra, contrário a influência
da Áustria-Hungria na região
dos Balcãs.
O império austro-húngaro não aceitou
as medidas tomadas pela Sérvia com
relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou guerra aos sérvios. A
Sérvia recorreu a ajuda dos russos. Os alemães partem em ajuda aos austríacos,
seus parceiros na Tríplice Aliança. Assim, de ajuda em ajuda, até fins de
agosto, as principais potências europeias deflagravam os primeiros movimentos
da Grande Guerra.
O
CONFLITO
Estava
claro que ambos os lados eram belicamente poderosos e que o menor avanço
territorial só aconteceria ao custo de milhares de vidas. Dessa forma, os
soldados de ambos os lados passaram a cavar trincheiras de onde tentavam, ao
mesmo tempo, se proteger e atacar. Entre duas trincheiras inimigas ficava a
chamada “terra de ninguém”, onde arame farpado e corpos em decomposição eram
bastante recorrentes.
Além
do poder das armas, a própria trincheira era outra inimiga para os soldados que
se amotinavam naquele espaço insalubre. Os mortos que se acumulavam nas
trincheiras eram um grande chamariz para os ratos que se alimentavam da carne
pútrida dos corpos. Entre as doenças usualmente contraídas nas trincheiras se
destacavam a “febre de trincheira”, reconhecida por fortes dores no corpo e
febre alta; e o “pé de trincheira”, uma espécie de micose que poderia resultar
em gangrena e amputação.
Mais
que uma simples estratégia militar, as trincheiras representavam intensamente
os horrores vividos ao longo da Primeira Guerra Mundial. Submetidos a condições
de vidas extremas, milhares de soldados morreram em prol de um conflito em que
a competição imperialista era sua razão maior. Pela primeira vez, a capacidade
dos homens matarem atingiu patamares que abalavam aquela imagem de razão.
Em 1917 ocorreram dois fatos
históricos de extrema importância: a saída da Rússia do conflito, pois passava por
uma guerra civil e, a entrada dos Estados Unidos na Grande Guerra. Os EUA entraram
ao lado da Tríplice Entente, pois havia acordos comerciais a defender,
principalmente com Inglaterra e França. Este fato marcou a vitória da Entente,
forçando os países da Aliança a assinarem a rendição.
CONSEQUÊNCIAS
A guerra gerou aproximadamente 10
milhões de mortos, o triplo de feridos, arrasou campos agrícolas, destruiu
indústrias, além de gerar grandes prejuízos econômicos. Esta destruição toda é
fruto da utilização da tecnologia como armas de guerra. Pela primeira vez na
história, foram utilizados em larga escala, tanques de guerra, metralhadoras,
aviões e granadas, por exemplo.
Os alemães, considerados causadores
do conflito, tiveram ainda que assinar o Tratado de Versalhes que
impunha a estes países fortes restrições e punições. O
Tratado de Versalhes teve forte repercussão na Alemanha, influenciando, anos
mais tarde, no início da Segunda Guerra Mundial.
Logo
após a guerra surgiu a Liga das Nações (ou Sociedade das Nações), órgão internacional
incumbido de manter o diálogo entre os países, evitando que novos grandes conflitos
ocorressem. Porém, a Liga teve pouco tempo de vida, pois não conseguiu cumprir
seu papel de conciliação.
No
contexto social, as mulheres, que haviam trabalhado nas fábricas produzindo
armamentos, fardas e mantimentos para abastecer os fronts de batalha, passaram
a exigir maior na sociedade. Durante as décadas seguintes, vários países
passaram a autorizar o voto universal, dando, finalmente, a possibilidade de participação
política e social para as mulheres.
Cartaz à favor do voto feminino
opa professor ajudou insanamente, obrigado
ResponderExcluirprrrrra